E aí Galera, estava dando uma navegada na web e me deparei com esta matéria de um cara bem aventureiro...segue matéria retirada do clickrbs...
Geral | 28/04/2009 | 06h10min
Biólogo percorre litoral brasileiro de caiaque a R$ 21 por dia
Albino Marchon terminou a viagem no Chuí, após 333 dias
André Mags | andre.mags@zerohora.com.br
O biólogo carioca Albino Marchon, 38 anos, começou nesta semana o retorno a Vitória, no Espírito Santo, onde mora, após percorrer 8.543 quilômetros pelo litoral do Brasil. No último trecho da viagem, fez a pé 816 quilômetros de Laguna ao Chuí, trajeto completado em 28 dias em 23 de abril. Mas a maior parte dos 333 dias de viagem foi cumprida remando em um caiaque (do Oiapoque a Laguna). No total, gastou R$ 7 mil — ou seja, R$ 21 ao dia, praticamente apenas com alimentação.
— Comia só PF (prato feito), coisas baratas.
Na bagagem, Marchon levou uma mochila com dois calções, duas camisetas, uma capa de chuva, barraca e colete salva-vidas. Voltou com algumas fotos e muitas histórias, colecionadas durante estadias em barcos de pescadores que cruzaram seu caminho, casas de desconhecidos ou "quase solitário" no meio do oceano.
— Não teve um só dia em que não tenha encontrado alguma pessoa. Mesmo que fosse em um barco distante, sempre cruzei com alguém.
A viagem era um sonho cultivado por mais de 10 anos pelo biólogo. Ele juntou a maior parte do dinheiro em Londres, "lavando pratos" por dois anos, e trabalhando como guia turístico em Porto Seguro. Comprou o caiaque, do tipo oceânico (4,5 metros, com bagageiro), por entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil — valor não contabilizado no custo da viagem. Partiu em 3 de janeiro de 2008, sem celular, bússola ou GPS, de Vitória rumo ao Oiapoque, na primeira fase do tour litorâneo. O trecho foi completado em 13 de agosto.
Dessa data a 5 de janeiro deste ano, Marchon fez um intervalo para esperar o verão, já que as condições marítimas do período seriam mais favoráveis. A segunda fase da viagem foi entre Vitória e o Chuí. O litoral praticamente ininterrupto a partir de Laguna o convenceu a seguir a pé, deixando o caiaque na cidade catarinense.
De todo o percurso, Marchon considerou o mais perigoso o da costa da Região Norte. No Amapá, conta, onças chegam à beira da praia e avançam contra pescadores. Na Ilha de Marajó, no Pará, piratas armados atacam embarcações e casas de moradores no Estreito de Breves. Por isso, ele preferia pedir um canto para dormir em barcos, o que nem sempre dava certo.
— Uma noite, remei a noite toda no Amapá porque não achei um barco.
Ainda assim, não foi vítima de assalto ou outro tipo de violência uma vez sequer. Sobre os perigos do mar, dava um jeito de trocar ideias com os pescadores.
— Eles conhecem muita coisa. Parecem geólogos, biólogos. Os caras que moram há 30 anos em um lugar sabem o que muda (no mar) e quando muda.
Veja algumas curiosidades da viagem relatadas por Marchon:
Números
- Dos 333 dias de viagem, 196 foram chuvosos
- Não tomou banho por 44 dias. Só com água do mar
- Viu 607 golfinhos, 224 tartarugas marinhas, dois peixes-bois marinhos (no Maranhão), uma baleia jubarte (em Búzios), um tubarão (em Itacaré, na Bahia), um lobo-marinho (Cassino)
- Passou por 227 rios, 660 ilhas, 47 baías, 34 lagoas, 84 unidades de conservação da natureza, 512 cidades e povoados, 1.575 praias e seis cachoeiras que caem direto no mar (quatro no RJ e duas em SP)
Momentos marcantes
- Revoada de milhares de papagaios no arquipélago de Bailique, no Amapá
- Bioluminescência de algas à noite em Barbados, na Baía dos Pinheiros, no Paraná
- Pesca cooperativa de botos e pescadores em Laguna, Santa Catarina
Trechos menos povoados
- Parque Nacional do Cabo Orange (AP)
- Praia do Cassino (RS)
- Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (MA)
Pontos mais distantes da costa alcançados
- Ilha da Coroa Vermelha (Nova Viçosa-BA), 15 quilômetros
- Ilha dos Currais (Pontal do Paraná-PR), 11 quilômetros
- Ilha de Maracá (Amapá-AP), 10 quilômetros
Animais encontrados mortos entre Quintão e Chuí
- 88 tartarugas, 11 baleias, seis leões-marinhos, três golfinhos, um lobo-marinho, uma toninha, um pingüim-de-magalhães
Segunda tentativa
Essa não foi a primeira viagem de caiaque do biólogo pelo litoral brasileiro. Em 2004, ele foi de Vitória a Florianópolis. Foi uma viagem ainda mais econômica: saiu de casa com R$ 300 para dois meses, isto é, disposto a gastar R$ 5 por dia. No meio do caminho, porém, teve de ligar para os pais e pedir dinheiro. Os R$ 400 que recebeu não foram suficientes para terminar a viagem. Para voltar a Vitória, teve que solicitar ajuda de catarinenses para pagar a passagem de ônibus.
Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Geral&newsID=a2490017.xml
E isso aí, até a próxima...
sábado, 29 de maio de 2010
Do Oiapoque a Laguna/SC de Caiaque
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Isso que chamo de aventura heim...
ResponderExcluirEu sei que essa expedição parece "lorota", mas eu conheço o Albino e sei que ele não é desse mundo. Quando eu o conheci na faculdade de Biologia na UFRJ e já havia ido do Rio a Porto Seguro a pé sempre às margens do Atlântico, façanha que ele repetiu na comemoração dos 500 anos do descobrimento do Brasil.
ResponderExcluirSempre tranqüilo e sorridente, ele saiu de casa para percorrer mais de 1000 Km com apenas uma bolsa a tiracolo (a mesma que ele usava na faculdade) com 3 laranjas, um "creamcraker", uma garrafa de água mineral e quase nada de dinheiro. Além da sua bolsa, seu par de chinelos, e seu short tipo Adidas daqueles usados pelos nossos índios, o maior bem carregado por Albino nas suas expedições é seu coração -um dos maiores que já conheci- sempre disposto a ajudar e fazer amigos.
Um ano ou dois após a faculdade fiquei sabendo que Albino tinha comprado um caiaque, e logo pensei: Amyr vai ficar pra trás!
Estou enviando uns links com reportagens da expedição Arquipélagos:
http://oglobo.globo.com/viagem/mat/2009/04/28/curiosidades-da-viagem-do-biologo-albino-marchon-de-caiaque-pelo-litoral-brasileiro-755474816.asp
http://remadas.blogspot.com/2009/05/expedicao-arquipelagos-com-caiaque.html
http://oglobo.globo.com/viagem/mat/2009/04/28/biologo-percorre-8-5-mil-km-do-litoral-brasileiro-de-caiaque-a-pe-755474790.asp
Um grande abraço!
Gustavo Roquette
Muito bom,também tenho um caiaque tipo lazer e percorro o rio Paranapanema todos finais de semana.
ResponderExcluirParabens pela aventura e continue assim.